dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     28/04/2024            
 
 
    
Atualmente o Brasil desponta como grande produtor de leite e derivados, com grande crescimento. Embora uma grande projeção positiva, a produção de leite sob inspeção fica em torno de somente dois bilhões de litros com ligeiro aumento de 7% de 2009 a 2010 (CILEITE, 2011). Infelizmente a maioria do leite ainda sem inspeção sanitária encontra um mercado certo: consumidores que ainda preferem o leite – ou queijo – cru e clandestino vendido de porta em porta, geralmente em garrafas PET, não cientes do risco que correm, por poder contrair doenças como: difteria, tuberculose, brucelose, gastroenterites, estomatites, febre Q, disenterias, entre outras.
 
Ciente deste problema já em 1837, incentivado pelo governo francês, o médico sanitarista Luis Pasteur demonstrou que o azedamento do leite era provocado por microrganismos e, em 1860 enfim empregou o calor para destruir microrganismos indesejáveis nos alimentos, sendo amplamente difundido a ideia pela Alemanha e posteriormente Estados Unidos para venda a longo prazo do produto, através de normas regulamentadoras. Nascia assim o processo de pasteurização do leite.
 
No Brasil, após a lei máxima – RIISPOA (1952) – um grande marco para a produção, industrialização e qualidade do leite no Brasil foi a criação da Instrução Normativa n° 51/2002 que determinou novos critérios para produção, identidade e qualidade de leites tipos A, B, C, pasteurizado e cru refrigerado, além de regularizar a coleta de leite cru refrigerado e seu transporte a granel, permitindo que as indústrias do setor fossem gradativamente adequando-se a uma realidade a muito necessária para garantir um mínimo de qualidade ao consumidor. Segunda a supracitada (IN 51/2002) em seu Art. 517 entende-se por pasteurização o emprego conveniente do calor, com o fim de destruir totalmente a flora microbiana patogênica sem alteração sensível da constituição física e do equilíbrio do leite, sem prejuízo dos seus elementos bioquímicos, assim como de suas propriedades organolépticas normais, permitindo-se os seguintes processos: (§ 1º): pasteurização lenta (...) que consiste no aquecimento do leite a sessenta e dois a sessenta e cinco graus centígrados por trinta minutos, mantendo-se o leite em grande volume sob agitação mecânica, lenta, em aparelhagem própria e aquecimento em camada laminar a setenta e dois a setenta e cinco graus centígrados por quinze a vinte segundos, em aparelhagem própria, sendo que em ambos os processos o leite deve ser refrigerado entre dois e cinco graus centígrados e em seguida envasado. Contudo, embora a legislação seja clara e rígida é possível ainda e muito comum no Brasil verificar em pequenas e médias cidades um costume secular de consumo de produto cru não pasteurizado (adequadamente).
 
Conquanto sejam conceitos amplamente difundidos e até aparentemente básicos, parece ainda haver ou desconhecimento (ignorância) ou má fé quanto à necessidade do uso do processo de aquecimento do leite, sendo persistentes os movimentos do Instituto de Laticínios Cândido Tostes/EPAMIG e outras entidades do setor público na capacitação de produtores, técnicos de fiscalização sanitária (municipal, estadual e federal) e prefeituras para adequação à legislação em vigor.
 
Além disso, muitas têm sido as demandas de Prefeituras que procuram a instituição para auxílio na concepção de projetos e construção de Usinas de Beneficiamento de Leite ou de outros produtos lácteos a fim de resolver o problema da venda de leite cru, detectado e fiscalizado inicialmente em muitos casos pelo próprio Ministério Público local, conquanto a fiscalização sanitária no país como um todo é deficiente de técnicos.
 
Portanto, é dever de todo cidadão de bem fiscalizar a comercialização desses produtos, a fim de evitar problemas à saúde pública, garantindo a qualidade de vida de todos.
 
Bibliografia:
ALMEIDA, A. Controle rápido da eficiência e segurança do processo de pasteurização do leite (htst – high temperature short time). UNESP. São Paulo.
2006.
CI LEITE. Principais Indicadores Leites e Derivados. – Ano 4, n. 34. Setembro de 2011. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite.

 

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Julio Carlos Comin
23/11/2011 - 17:29
Tem muito interesse de tÚcnicos, profissionais de sa·de e vendedores de pasteurizadores muito mais que quest§es de sa·de p·blica nesse tema.

Primeiramente, gostaria que vocÛ e todos que defendem mostrassem relat¾rios oficiais assinados por profissionais de sa·de com ilibado reconhecimento p·blico que provassem quanto prejuÝzo de sa·de p·blica brasileira tem ocorrido por queijos nÒo pasteiruzados e quantos casos Ú culpa de agricultores. Antes de impor exigÛncias e modificaþ§es Ú preciso mostrar os danos que justifiquem isso.

Segundo que os queijos tem milÛnios e paster menos de 200 anos e se a humanidade tivesse nascido hoje, sob as atuais leis e "tÚcnicas" ela s¾ teria dois queijos: o muzzarelÒo e o prato. 99%d e todos os queijos do mundo foram "criados" sem pasteurizaþÒo.

Terceiro, o Brasil importa queijos feitos sem pasteurizaþÒo e impede que sejam produzidos aqui dentro. Um absurdo.

Quarto, quem defende a obrigaþÒo da pasteurizaþÒo estß partindo do pressuposto que as vacas estÒo doentes, que o agricultor Ú relaxado e irresponsßvel, assim como todos os demais integrantes da cadeia de produþÒo.

Talvez o autor esteja precisando de um emprego e assim, para de raciocinar e passa a racionalizar, para obter teu espaþo.

Por que esses que lutam contra queijos feitos com leite nÒo pasteurizado nÒo vÒo lutar contra pesticidas, produtos nanomÚtricos nos alimentos e muitos outros agentes realmente malÚficos a sa·de p·blica?

Para comentar
esta matéria
clique aqui
1 comentário

Qualidade do Leite - Artigos já Publicados

Fatores impactantes na qualidade do leite de tanques comunitários
01/04/2015

Diagnóstico ambiental da produção de queijo minas artesanal na região da Serra da Canastra (MG)
12/11/2013

Manejo correto da ordenha para uma melhor qualidade do leite
11/04/2013

Coagulabilidade do leite para fabricação de queijos
07/03/2012

Tratamento da casca de queijo Canastra com resina como forma de melhorar o aspecto e de agregar valor ao produto
26/12/2011

Aplicação de novas tecnologias na fabricação de queijo Minas artesanal
08/08/2011

Uso de CO2 na fabricação de queijos
25/05/2011

Produção de soro de leite em pó
04/04/2011

Viabilidade tecnológica do uso de ácido lático na elaboração de queijo de coalho
23/02/2011

Uso de extensores em fabricações de queijo Minas Frescal: alternativa com viabilidade tecnológica
12/01/2011

Conteúdos Relacionados à: Manejo
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada